Prepare-se para o 6º Congresso Brasileiro Mame Bem • Prepare-se para o 6º Congresso Brasileiro Mame Bem • Prepare-se para o 6º Congresso Brasileiro Mame Bem • Prepare-se para o 6º Congresso Brasileiro Mame Bem • Prepare-se para o 6º Congresso Brasileiro Mame Bem •

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Seja bem-vinda(o) ao seu E-book

Ficamos felizes com seu interesse! Esperamos que este e-book seja esclarecedor e uma fonte de inspiração para você.

Psicologia do ciclo gravídico-puerperal

um olhar integral para a mulher

Introdução

Independentemente de suas áreas primárias de atuação é importante que os profissionais que atuam na assistência à gestação, parto, amamentação e primeiros mil dias compreendam os momentos únicos de vida e os processos pelos quais passam as mulheres e suas famílias. Atuamos sempre buscando um olhar empático e científico sobre as peculiaridades do período, com o objetivo de garantir o bem estar físico e mental das famílias assistidas, permitindo a identificação das reais necessidades destes indivíduos, e a identificação dos encaminhamentos necessários para a saúde e prevenção de doenças.

Além dos inúmeros conhecimentos técnicos, é importante também ter habilidades para a escuta ativa, educação e aconselhamento desses sujeitos, para oferecer um apoio adequado às necessidades maternas, baseado na integralidade do cuidado e no respeito ao seu protagonismo. Para entender melhor estas necessidades, surge a psicologia do ciclo gravídico-puerperal, uma área relativamente recente, que surge com força no Brasil no final da década de 70. Responsável por um grande impacto na saúde mental perinatal brasileira, o estudo da área é de importância multiprofissional, por promover saúde e a possibilidade de uma abordagem integral e educativa do período, que promova a saúde e a qualidade de vida.


Cabe aos profissionais da assistência auxiliarem os sujeitos a identificarem e minimizarem as dificuldades que surgem neste momento do ciclo gravídico-puerperal e apoiarem os sujeitos a se entenderem nestes novos papéis e necessidades. A condução deste momento de vida também passa pela construção da parentalidade e da autoconfiança materna para a incorporação destas novas práticas no cotidiano das famílias, do vínculo seguro e de tantas outras necessidades.

Para quem é este e-book?

O Instituto Mame Bem desenvolveu este e-book para oferecer mais informações sobre as possibilidades de atuação para profissionais da perinatalidade, e para aumentar o seu conhecimento sobre este período tão delicado na vida das mulheres e pessoas com útero. Esperamos que possa aproveitar as informações preciosas que reunimos para você, e que também possa mudar o mundo de muitas famílias com o nosso apoio.

"Eu era uma ótima mãe antes de ser mãe"

A maternidade idealizada

Preparadas desde a infância para cumprirem com o papel de mães, as mulheres carregam décadas de cobranças pessoais e sociais no momento em que finalmente se vêem grávidas, ou com os seus bebês nas mãos. A entrada neste momento de maternidade é o gatilho para uma intensa transformação da psiqué. É um momento de muita pressão: guiadas pela idealização da maternidade, as cobranças sociais desde o nascimento e uma grande sensação de peso da ocupação, atualmente intensificada pelas redes sociais que externalizam uma compulsiva felicidade materna.

Dado o cenário de intensa transformação de sentidos e significados, profissionais da assistência devem estar atentos ao desenvolvimento dos transtornos mentais perinatais, um importante problema de saúde pública. Depressão perinatal é 2x maior que a incidência de Diabetes Gestacional, e apesar de muito comum em sua maioria não é identificada, e consequentemente não tratada. Aumenta em 70% a chance de mulheres terem depressão pós parto, a segunda causa de morte materna no mundo, principalmente no primeiro mês do pós parto. Suas consequências acompanham a vida adulta das mulheres, podem ser graves, e mesmo levarem ao suicídio, devendo ser uma importante preocupação dos profissionais de saúde.

É urgente a necessidade de compreender a saúde mental que permeia o ciclo gravídico puerperal, para que possamos preservar a vida das mulheres.

Você sabia?

O início da maternidade

O processo de gestação traz diversas alterações para a mulher: sua estrutura neuronal é alterada, e todo o seu sistema hormonal realiza adaptações para comportar o feto em desenvolvimento. Ao tornar-se mãe, a gestante passa por diversas alterações em sua estrutura subjetiva, e existem diversas evidências que comprovam a necessidade de uma escuta ativa e empática, além de apoio profissional para que mulheres possuam uma experiência positiva de gravidez, parto e maternidade.

A área da psicologia na assistência materno-infantil passou por grandes mudanças nos últimos tempos, assim como o papel social da mulher e das crianças no cenário social. Para os profissionais de saúde, é essencial desenvolverem as habilidades necessárias para o acompanhamento desta nova demanda de saúde.

O parto

O parto é fisiológico, mas envolve uma série de aspectos psicológicos que podem facilitar ou não o bom andamento do processo. Da mesma forma, a amamentação também pode ser impactada pelas demandas psicológicas desta mulher que está ressignificando a sua vida e começando um novo processo norteador de sua existência e maternidade. Complicações clínicas na gestação ou parto também estão associados ao aumento do risco de desenvolvimento de depressão perinatal, e são o primeiro passo na desconstrução do ideal de maternidade, construído por toda uma vida. A necessidade de apoio começa ainda na gestação, para acompanhar as transformações deste sujeito, e prepará-la para o processo de parto. Mesmo em mulheres sem história prévia de depressão, o medo do parto é um risco de depressão perinatal, estando associado a um aumento de três vezes de adoecimento. A questão que fica, é seria violência obstétrica ignorar este medo?

E os bebês?

Se até bem pouco tempo atrás era impensável entender as necessidades e vontades das crianças, hoje o desenvolvimento emocional infantil é uma área importante para a saúde mental do indivíduo.

Cada parto é único, e não existe controle sobre a experiência do parir, que pode vir carregada de expectativas de experiências positivas e idealizações de toda sorte. O aumento do movimento de humanização do parto e do nascimento, as fotos e vídeos editados, podem afastar a gestante da realidade de sua equipe de assistência e gerar frustrações com procedimentos essenciais para a saúde de mãe ou bebê.

Cada vez mais profissionais e grupos de apoio à gestante divulgam a possibilidade de um parto sem intervenções, o que pode ser entendido por algumas gestantes como sendo uma impossibilidade de se realizar, ou o contrário. É comum ver mulheres que passam por cesarianas não desejadas se sentindo muito frustradas com seus corpos, que “não souberam parir”, ou com suas escolhas, que não culminaram em um parto normal.

A busca por uma experiência positiva de parto deve ser tão importante quanto a busca por seus desfechos fisiológicos, e precisa ser compreendida e abordada dentro de diversos recortes de condutas pessoais, da equipe médica e desfechos. Cada mulher é única, cada parto é único, e por isso, é importante conversar com a gestante sobre as possibilidades reais da assistência, e alinhar os desejos e idealizações do processo com a realidade.

É preciso lembrar que não há controle sobre o mecanismo do parto normal, mas sim um acompanhamento, realizado por profissionais habilitados em um ambiente seguro, de acordo com diversas recomendações de assistência.

A vinda do bebê

O desejo de ser mãe é, além de tudo, uma expectativa social sobre todas as mulheres, inclusive as que não possuem capacidades físicas, condições materiais ou estrutura de apoio para tal. Afinal de contas, o que determina a possibilidade de uma mulher ser mãe? Quem pode opinar sobre as suas escolhas de fecundidade?

O desejo da maternidade é culturalmente transmitido para as mulheres desde a infância, quando são orientadas desde o brincar de boneca a se prepararem para o momento da maternidade e a função social do maternar. Neste contexto, lidar com emoções divergentes sobre identificar o real desejo e necessidade por um filho antes da sua existência é um ato infrator das regras sociais, e de reorganização de um delicado tecido social. É comum ainda que este questionamento seja feito durante a própria gestação do bebê, uma vez que 62% das gestações brasileiras não são planejadas e envolvem uma complexa trama emocional que aborda medos, abandonos, cuidados e a organização da vida das mulheres para que seja capaz de abarcar a existência desta nova vida.

Este intenso processo de preparação para a chegada do bebê pode trazer o adoecimento psíquico para mulheres, que deve ser compreendido e acompanhado por profissionais capazes de fazer os encaminhamentos necessários.

Nem toda mãe...

O direito à maternidade não é exclusivo para algum determinado grupo social ou econômico, mas é comum encontrarmos vários grupos vulnerabilizados que não correspondem à imagem social da mãe. Existe um movimento grande de mulheres que não deseja a maternidade, e diversas mulheres que desejam a maternidade, mesmo sem uma estrutura social que favoreça e proteja a sua maternagem.

É importante conhecer os aspectos institucionais dos hospitais e maternidades e as possibilidades de manter o vínculo mãe e bebê diante da diversidade de realidades socioeconômicas, especialmente em um país como o Brasil. Há mulheres presidiárias, indígenas, quilombolas, ciganas, enlutadas, com questões psiquiátricas, de saúde mental, abuso de álcool/drogas, moradoras de rua, adolescentes, solo, negras, pertencentes à comunidade LGBTQIA+, e muitas outras, que necessitam de um olhar e atuação individualizado sobre suas necessidades biopsicossociais, diferente do que é apregoado na mídia e em uma base mais heteronormativa, branca e classe média de conhecimentos.

Em caso de necessidade de apoio, as instituições de cuidado materno e infantil esbarram em um histórico difícil, de maior vulnerabilização das populações assistidas e profissionais com pouco treinamento para atender as necessidades destas mulheres. A maternidade exige cuidados específicos, e envolve também questões políticas, já que a “solução” que o sistema oferece é, muitas vezes, a destituição do poder familiar. É importante entender e buscar políticas públicas de atenção à saúde mental para mudar esta situação e garantir o direito à convivência familiar da criança. Além de manter a criança em sua família de origem, apoiar mulheres vulnerabilizadas é essencial para garantir os seus direitos constitucionais e melhorar as condições de vida da população.

Há ainda mulheres que precisam lidar ainda com a perda do bebê que faleceu, e deixa o corpo materno produzindo leite, sensibilizado pelo parto e com necessidades específicas de vivenciar esse luto. A relação desta mulher com seu corpo e leite é atravessada por esta morte muitas vezes inesperada, e é importante que ela tenha apoio profissional sensibilizado para a questão.

Luto Perinatal

Qual o início da vida? Onde começa a morte, o luto, qual o impacto da morte para uma mãe com a perda do seu bebê sonhado?

Esperamos que tenha gostado deste e-book, que traz algumas questões introdutórias para a Saúde no ciclo gravídico-puerperal. Sabemos que as questões que envolvem o sujeito são múltiplas, e contemplamos alguns conteúdos importantes neste momento. Existem ainda algumas questões que gostaríamos de tratar, e te convidamos para nos acompanhar neste processo.

Nós temos a formação perfeita para você!

Atualmente oferecemos o curso de oferta anual: Psicologia da Perinatalidade. A nossa primeira versão foi destinada apenas para Psicólogas, mas quanto mais avançávamos no curso, mais percebemos a necessidade de que este conhecimento estivesse disponível para todas(os) profissionais da assistência. Os depoimentos que recebemos das alunas Psicólogas que participaram do curso foram essenciais para essa decisão. Esperamos que você possa potencializar o impacto da psicologia da perinatalidade, e que ao qualificar sua assistência com este conteúdo, que possa mudar a vida de muitas famílias! 

O curso de Aperfeiçoamento em Psicologia no Ciclo Gravídico Puerperal com foco em aleitamento humano, tem como objetivo proporcionar reflexões em torno da prática da Consultoria, considerando a particularidade de cada sujeito e de cada dinâmica familiar, qualificando a escuta da Consultora Psicóloga. 

Possui a carga horária de  120h/aula, inteiramente online, com uma equipe de especialistas altamente qualificados e voltado exclusivamente para profissionais da saúde de nível superior.

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