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Bandagem elástica aplicada a amamentação

Dra. Camila Dantas Martins

Introdução

A amamentação pode ser influenciada por diversos aspectos, dentre esses, os biológicos, que muitas vezes resultam em dor para amamentar. A dor durante a amamentação pode estar relacionada à condições maternas, do bebê ou da dupla mãe-bebê, sendo necessária uma avaliação assertiva e em tempo oportuno para que seja identificado a causa do problema e o mesmo solucionado.

Muitas vezes orientações sobre amamentação, seja no período gestacional ou no puerpério, não são suficientes para tratar tais condições. Nesse contexto, o uso de recursos terapêuticos coadjuvantes como a bandagem elástica, que quando associada ao manejo clínico adequado, podem contribuir para a resolução desses problemas.

Bandagem elástica

A bandagem elástica refere-se a um recurso terapêutico que vem sendo estudado nos últimos anos como coadjuvante no tratamento de alterações musculoesqueléticas, dérmicas e dos sistemas circulatório e linfático1.

Dentre seus principais efeitos, destacam-se: a função analgésica 2,3, a função sensorial facilitando ou reduzindo a contração muscular4 a estabilização articular 5,6, a manutenção do movimento ativo7,8, além da estimulação das funções circulatória e linfática9-11

Bandagem elástica e amamentação

1. Ingurgitamento mamário

O ingurgitamento mamário refere-se à congestão vascular e linfática que leva a edema e retenção de leite nos alvéolos mamários12. Pode ser fisiológico ou patológico e é mais frequente entre as primíparas. Pode estar associado ao início tardio da amamentação, intervalos longos entre as mamadas, restrição na duração das mamadas, pega e/ou sucção ineficaz12-14.

O manejo do ingurgitamento envolve drenagem linfática manual, o esvaziamento fisiológico da mama e o uso de compressas frias12-15.

Neste sentido, a bandagem elástica pode ser utilizada visando favorecer a redução do edema e o aumento da drenagem linfática e vasodilatação local, levando a redução de sinais flogísticos como hiperemia, dor e calor, como já bastante difundido na literatura16-19. Por meio das circunvoluções que surgem na pele, a bandagem pode promover retração da epiderme, levando ao aumento do espaço dérmico, favorecendo assim, a drenagem do edema9-11.  

A correção utilizada para tal proposta é chamada de corte em leque e deve ser aplicada com seu ponto fixo ou âncora inicial sobre ou próximo a cadeia linfática para onde se deseja drenar o edema16.

As caudas do leque devem ficar sobre a região edemaciada (figura 1).

Figura 1: Corte em leque, utilizado em mamas ingurgitadas. Fonte: Arquivo pessoal.

2. Hipogalactia

A queixa de baixa produção láctea é uma das principais causas de desmame precoce12 e pode estar associada à hipoplasia mamária, mamoplastias redutoras, colocação de próteses de silicone, doenças maternas, uso de alguns medicamentos, dentre outras causas13.

O tratamento envolve aumentar a frequência das mamadas, ordenhar as mamas, ajustar posicionamento e pega, e caso seja necessário complementar a dieta do bebê, que a complementação seja realizada por meio da técnica da relactação. Embora as evidências científicas não sejam robustas, em alguns casos, podem ser prescritos galactogogos12,13.

A bandagem elástica nesses casos, também pode ser utilizada, de forma conjunta ao manejo clínico, visando estimular terminações nervosas localizadas na derme e favorecer a integração entre o sistema nervoso central e o periférico. Essas terminações nervosas, denominadas mecanorreceptores, fazem parte do nosso sistema nervoso periférico (SNP), que por meio das vias aferentes, levam tais informações ao nosso sistema nervoso central (SNC), favorecendo a sintetização da prolactina e da ocitocina pela hipófise, levando ao aumento da concentração desses hormônios na corrente sanguínea materna16.

A correção utilizada nesta aplicação é chamada de corte em I (Figura 2), mas neste caso se faz necessária a realização de um orifício central, de modo que a bandagem não entre em contato com o mamilo17

Figura 2: Corte em I, para estimular o aumento da produção láctea. Fonte: Arquivo pessoal.

3. Mastite Inflamatória

A mastite se refere a um processo inflamatório da mama, seguido ou não de infecção. As principais causas estão relacionadas à hiperlactação e/ou disbiose12-15.

Os sintomas da mastite se referem à hiperemia, calor e dor, na área afetada. O tratamento envolve drenagem linfática manual, ordenha de alívio, amamentação fisiológica, uso de compressas frias e antiinflamatórios12-14.

A bandagem elástica pode ser utilizada nos quadros de mastite não infecciosa, sobre a área afetada. Assim como no ingurgitamento mamário, as circunvoluções da bandagem, promovem a retração da epiderme, levando ao aumento do espaço da derme, melhorando assim a circulação sanguínea e linfática local, além de direcionar a linfa em direção à cadeia linfática mais próxima9-11.

A correção utilizada é conhecida como corte em rede ou em web (figura 3) e deve ser aplicada nos entornos da cadeia linfática mais próxima à área afetada.

Figura 3: Corte em rede ou web, utilizado em mamas com com mastite inflamatória. Fonte: Arquivo pessoal.

Considerações finais

Como referido anteriormente, este ainda é um recurso novo, sobretudo na área de amamentação. Embora possamos perceber excelentes resultados na prática clínica, mais estudos fazem-se necessários.

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